(continuação de 44- Operação "Pato 7212", quarto e quinto dia)
Ao sexto dia, pelas treze horas, chegámos ao ponto de recolha numa zona plana e de vegetação dispersa.
Patrulhámos em círculo a área envolvente e avançávamos o máximo possível ao longo da picada.
O deserto humano e a ausência de vestígios mantinham-se.
Tal como tinha acontecido na largada, a recolha era feita por três ou quatro Unimogues ou por uma Berliet e dois Unimogues e mais cinco militares para protecção às viaturas.
Sentia-me muito à vontade e sem medo em plena selva africana, inclusive até conseguia compensar alguma alimentação enlatada por outro tipo de alimentos mais frescos e calóricos, mas as deslocações na picada alteravam de forma inexplicável o meu estado de anímico e eram o momento que mais temia.
A estadia na mata transformava a nossa aparência. Ficávamos irreconhecíveis, mal cheirosos, a barba por fazer, cansados, mal alimentados e carentes de um sono descansado numa cama.
Quando estávamos integrados no grupo e a conviver diariamente não se prestava atenção à transformação, íamo-nos habituando à degradação progressiva da nossa imagem, e só dávamos conta dos estragos reais quando regressados ao quartel íamos a um espelho.
(a seguir - formigas térmitas e duas matacanhas)
. 45- Operação "Pato 7212",...
. Ex-Militares