(continuação de 53- Sem reabastecimento e correio)
Entre Fevereiro e Março de 1973 “meti” férias, na, e da guerra, e fui até à metrópole, ao Putu, numa longa viagem de 40 dias, 4 dias em Henrique de Carvalho (2 na ida e 2 no regresso), 6 dias em Luanda (3 na ida e 3 no regresso) e 30 dias em Lisboa com a minha jovem mulher, o meu filho e a família.
Somando aos longos dias das viagens, que tive de fazer, os dias do calendário das férias não se esqueceram de avançar rapidamente sem eu dar por isso, e muito mais depressa do que eu estava à espera.
Quando estamos bem, distraídos, entusiasmados e com prazer, o tempo voa sem darmos por ele.
Antes do final das férias, já andava cheio de saudades da vida civil e sem grande vontade de regressar, mesmo assim, tive de voltar ao “meu” quartel no interior de Angola.
Cheguei por volta da hora do almoço, depois de três longas viagens.
A nossa messe, mesmo muito longe de uma cidade, tinha todas as comodidades para uma razoável refeição e, em complemento, ainda havia, logo ao lado, um bar para o café, que era agradável e sempre muito bem cuidado pelo camarada Sousa.
A saborosa bica que bebia, nas férias, no “Xico” do Restelo, era agora substituída por outra, que só por dificuldades da máquina, não era tão boa, mas fazia parte de um vício que se mantinha e que muitas vezes eu complementava com uma aguardente 1920 em balão aquecido.
Efectivamente, faltava no Alto Chicapa, um lugar onde pudéssemos estar longe de tudo o que nos fizesse lembrar a tropa, uma máquina de café expresso de qualidade, o ambiente de um café e o convívio com os civis em bons momentos de conversa.
(a seguir - Torneio de futebol)
. Ex-Militares