(continuação de 20- Exército de mosquitos)
Uma vez por semana passava na nossa zona de protecção, uma coluna de viaturas, o MVL (Movimento de Viaturas Ligeiras).
Era composto por várias viaturas civis com pessoas, equipamentos e mantimentos e várias viaturas militares com um grupo de protecção constituído por um esquadrão de comandos, os Dragões.
Esta coluna de viaturas, por ser, igualmente, muito previsível, tinha uma longa história de ataques na zona do Luatamba, uma aldeia abandonada, muito próxima da povoação do Canage.
A estrada, ainda em estado de picada, atravessava esta região entre densas florestas. Era temida, considerada muito perigosa e sempre de difícil passagem. As viaturas tinham que abrandar a marcha devido ao declive e era-lhes exigido um esforço suplementar pelo excesso de carga e pela areia solta no piso. Eram 1500 metros com uma descida muito íngreme seguida imediatamente de uma grande subida.
Era o local perfeito e o eleito pelo MPLA para ataques diferenciados às viaturas militares e principalmente ao MVL. Diziam que a táctica era sempre a mesma, umas vezes atacavam e isolavam uma das últimas viaturas, outras vezes atacavam as da frente para criar confusão e desorganizar os meios de protecção.
Num desses ataques eu estava muito perto. Uma vez mais, tinha sido emboscada uma das últimas viaturas civis. O ataque foi comandado por um homem que se destacou em todo o processo, diziam que era um guerrilheiro experiente, falava português, tinha barba grande e integrava um grupo do MPLA, calculado em 10/15 elementos.
Resultaram alguns danos materiais numa viatura civil, alguma desorganização, muitos tiros e a morte de um jovem guerrilheiro do MPLA que aparentava ter +/- 16 anos de idade.
Este jovem, sem qualquer identificação, atingido no abdómen por uma rajada de G3 (arma de guerra individual de rajada automática), encontrava-se, encostado a uma árvore com uma metralhadora automática ao ombro (uma Degtyarev de fabrico Russo, acho que era este o nome). O atirador estava afastado do grupo uns 20 metros e a arma estava atada por uma corda, que, eventualmente, serviria para a retirar do local em caso de insucesso.
O esquadrão de comandos dos Dragões conhecia bem a região e o percurso e não brincavam em serviço.
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