(continuação de 57- Mergulhos no rio)
Voltando a Maio de 1973, e ao tempo em que o ambiente entre as NT e as populações eram de confiança e de descontracção, lembro-me:
Do momento em que fui convidado para ver a parte final e ficar a conhecer os preparativos da iniciação das raparigas.
Tudo acontece quando a adolescente tem o 1º fluxo menstrual e foge para o mato, embora para perto da aldeia, mas longe da vista dos homens.
Uma das mulheres adultas, a que chamavam de mestra, procura a jovem e leva-a para junto de uma árvore e aí mantêm-na acocorada. Dá-lhe umas raízes a comer e leva-a tapada para a casa das menstruadas, que fica fora da aldeia.
A iniciação dura uma semana, na companhia da mestra e de uma virgem, com quem dorme.
Diziam que, durante esta semana, a mestra ensinava e exemplificava o verdadeiro comportamento nas relações sexuais, a prática dos movimentos ondulatórios da vagina e as técnicas para a obtenção do máximo prazer.
Todas as mulheres que participavam nos ensinamentos, ficavam agarradas umas às outras, tal como homem e mulher.
Cada lição de aprendizagem só terminava quando a aluna e a professora atingiam o orgasmo.
No corpo da iniciada, também são feitos alguns golpes transversais, acima da púbis, nas costas, cintura e rins. Estas linhas, têm finalidades eróticas, excitantes e indicam onde o homem deve colocar a mão esquerda durante o acto sexual.
Logo que termina o fluxo menstrual, a iniciada é lavada e levada para casa da família ou do marido, onde a pintam toda de branco, e lhe dão um novo nome.
É nesta altura que passa a dormir com o marido, mas só na terceira noite lhe é permitido ter relações sexuais.
Enfim, independentemente da anterior vida da jovem, com ou sem relações sexuais, o que contava para a mulher era o dia do 1º fluxo menstrual e era a partir daí que acontecia a verdadeira vida de casada.
(a seguir - A iniciação dos rapazes)
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